quinta-feira, 25 de novembro de 2010

BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ALEXANDRE HERCULANO EM PENELA




BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ALEXANDRE HERCULANO

27 de Novembro


Salão Nobre dos Paços do Concelho - 16h00

Penela

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Edição comemorativa de "Eurico, o presbítero"




Segundo o escritor Vitorino Nemésio, citado pela editora, este é “um livro português de irradiação talvez só comparável à que Os Lusíadas conheceram, guardadas as devidas proporções do género, grandeza e lugar, na essência da nação, como vade-mécum dos seus filhos”.

Herculano foi em Portugal o introdutor do romance histórico, narrando neste título a triste história de amor de Hermengarda e de Eurico na Espanha visigótica do século VIII.

“A presente edição integral, comemorativa dos duzentos anos do nascimento do autor, conta com uma nota biográfica, uma panorâmica geral da obra do autor e uma análise de Eurico na produção literária de Alexandre Herculano. Inclui ainda apreciações críticas de Oliveira Martins e de Moniz Barreto”, segundo nota da editora.
(AC)


Fonte: HardMúsica





IFPI organiza Congresso sobre Alexandre Herculano


Sob a coordenação dos professores Hugo Lenes Menezes e Francisco José Sampaio Melo, o Instituto Federal do Piauí realiza, nos dias 11 e 12 de novembro, o Congresso Alexandre Herculano - Um Expoente da Cultura em Língua Portuguesa.

O evento será aberto à comunidade em geral e tem como objetivo prestar uma homenagem ao português Alexandre Herculano (1810 – 1877), autor do romance Eurico, o Presbítero, dentre outros trabalhos. Primeiro historiador científico em nosso idioma, Herculano destacou-se como poeta, contista, novelista, romancista e teatrólogo e é atualmente patrono de uma escola na cidade do Porto – Portugal, que oferece ensino técnico profissional.

No primeiro dia do congresso, acontecerá, às 18 horas, a conferência “Alexandre Herculano: um perfil”, com o professor Paulo Franchetti, da Unicamp. Haverá também o lançamento dos livros “Permanência criativa de Eça de Queirós”, de Francisco José Sampaio Melo, e “Representação e identidade cultural do vaqueiro no Cinema Novo”, de Halan Silva.

No segundo dia do evento, estão previstas, no turno da tarde, duas mesas-redondas sobre aspectos da produção literária de Alexandre Herculano: a primeira será Literatura e História, com o escritor Assis Brasil e o professor Cineas Santos; a segunda será “História e Paixão”, com os professores Hugo Lenes Menezes, Francisco José Sampaio Melo e Raimunda das Dores Santos. Finalizando o evento, acontecerá, às 18 horas, a conferência “Herculano Romancista”, com o professor Paulo Franchetti.


Fonte: 45 graus

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Revisitando Alexandre Herculano 1810 | 2010


Colóquio Comemorativo do Bicentenário do seu Nascimento




“A impressão de um ser extraviado em época que
não era a sua época; a sensação de bólide de outra
atmosfera moral caindo na crusta amolengada do
Portugal dos novos tempos, é a dominante nos que
o viram. E ficavam quase sempre siderados,
atónitos, num estado de choque fronteiro entre a
admiração e a angústia.
«Ao vê-lo na cidade trajando descuidadamente», diz
Oliveira Martins, «caminhar com o seu passo
regular e concentrado, ao ouvir a sua palavra chã,
rude e grosseira às vezes, o seu riso franco; ao observar
a ingenuidade quase infantil do homem justo e simples,
qualquer de nós pensava ter diante de si um exemplar
ainda vivo do português do princípio do século, isento
de modernismo.» (…)
É ainda Oliveira Martins que lhe chama «um D.
João de Castro da burguesia do século XIX»; e
Antero de Quental via na sua «fisionomia moral»
«certas linhas que fazem lembrar o perfil enérgico e
simples dos heróis típicos da nacionalidade
portuguesa. Pertencia a essa grande linhagem, que
acabou com ele».
Os contemporâneos e os que se criaram à sombra da
sua obra e dos seus actos não precisavam de
consultar-se para chegarem a este juízo.”
Vitorino Nemésio, A Mocidade de Herculano, 1.º vol., Lisboa,
Bertrand, 1978, p. 56.


19 de Novembro de 2010

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Anfiiteatro Nobre
Entrada Liivre


9h00 Recepção dos participantes

9h30 Abertura do Colóquio

10h00 Conferência de abertura. Ofélia Paiva Monteiro (Faculdade de Letras da U. de
Coimbra)

Herculano: da arte narrativa do ficcionista

10h30 Armando Luís de Carvalho Homem (Faculdade de Letras da U. do Porto)

Da Regeneração à República: para um perfil do «Historiador Português»

10h50 Maria João Reynaud (Faculdade de Letras da U. do Porto)

Herculano Poeta/Profeta

11h10 Ana Isabel Buescu (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da U. Nova de Lisboa)

Alexandre Herculano e a polémica de Ourique

11h30 Pausa

11h50 Pedro Vilas-Boas Tavares (Faculdade de Letras da U. do Porto)

Alexandre Herculano e o Antigo Regime: «pontes» de uma ruptura

12h10 José Adriano de Freitas Carvalho (Faculdade de Letras da U. do Porto)

Herculano, poeta religioso

12h30 Debate

Almoço

14h45 Abertura da Mostra Bibliográfico-Documental na Biblioteca da FLUP

15h15 Manuel Clemente (Bispo do Porto, U.C.P. / Centro de Estudos de História Religiosa)

Alexandre Herculano e o clero, ou o clero de Alexandre Herculano

15h35 Maria Fernanda Gil da Costa (Faculdade de Letras da U. de Lisboa)

Herculano tradutor e intérprete do Romantismo Europeu

15h55 Luís Cabral (Direcção Municipal de Cultura da Câmara Municipal do Porto)

Alexandre Herculano e a Biblioteca do Porto: um caso exemplar

16h15 João Francisco Marques (Faculdade de Letras da U. do Porto)

Herculano VS Padre vicentino Barros Gomes (história de uma polémica)

16h35 Pausa

17h00 Maria de Fátima Marinho (Faculdade de Letras da U. do Porto)

A falsa ingenuidade de Herculano

17h20 Debate

18h00 Encerramento



PROGRAMA

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sessão pública em comemoração do 2.º centenário do nascimento de Alexandre Herculano


No ano em que se comemora o 2º centenário do nascimento de Alexandre Herculano, o CIEC e o CLP promovem uma sessão comemorativa, incidindo sobre a dimensão simbólica e cívica da Obra e do Escritor.

A sessão terá lugar no dia 5 de Novembro de 2010 (sexta-feira), pelas 10h, na Sala do CLP (7.º Piso, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).

Estão previstas as seguintes intervenções:


  • Ofélia Paiva Monteiro – “O épico Camões na visão romântica de Herculano”
  • Fernando Catroga – “O patriotismo cívico em Alexandre Herculano”
  • José Carlos Seabra Pereira – “A recepção de Herculano no advento da República”
  • Alexandre Ramires – “O 1º centenário de A. Herculano em Coimbra”

O Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos e o Centro de Literatura Portuguesa terão muito gosto em contar com a vossa presença.


Fonte: HistPort






terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um duplo centenário




por MÁRIO SOARES
Diário de Notícias

26 Outubro 2010


3. A Academia das Ciências de Lisboa resolveu festejar, em boa hora, o duplo centenário do nascimento do insigne historiador, romancista, poeta e combatente liberal Alexandre Herculano, Nasceu a 18 de Março de 1810, em Lisboa, no antigo Pátio do Gil, na Rua de São Bento, e faleceu na sua célebre Quinta de Vale de Lobos, perto de Santarém, a 13 de Setembro de 1877. Bulhão Pato, poeta romântico, amigo e admirador de Herculano, conta nas suas interessantes Memórias a morte de Alexandre Herculano, a que assistiu, e a enorme emoção que provocou na sociedade portuguesa.

Herculano foi um homem de grandes convicções liberais. Daí que tenha combatido as tropas absolutistas de D. Miguel e tenha sido forçado a exilar-se na Galiza (1828) e, mais tarde, em França e Inglaterra. Foi um dos 7500 "Bravos do Mindelo", vindos dos Açores (Terceira) para derrotar D. Miguel, sob o comando de D. Pedro, que abdicou de imperador do Brasil, para defender sua filha e herdeira, D. Maria II. Durante o cerco do Porto, foi nomeado bibliotecário da Biblioteca do Porto, tendo regressado a Lisboa depois da vitória liberal de Évora Monte e a abdicação de D. Miguel (1834). Alexandre Herculano foi um partidário da Carta Constitucional, outorgada por D. Pedro. A Revolução de Setembro (1836) aboliu a Carta, substituída legitimamente, após eleições, pela Constituição de 1838. Herculano, cartista, escreveu contra os setembristas, dos irmãos Passos Manuel, um folheto intitulado "A voz do Profeta".

Dirigiu então a Revista Panorama, de literatura e história, editada pela Sociedade Portuguesa dos Conhecimentos Úteis. Foi depois nomeado director da Biblioteca da Ajuda, onde realizou um trabalho notável de investigação.

Escreveu, incansavelmente, livros como: Cartas da História de Portugal, que precedeu a sua História de Portugal, infelizmente incompleta, romances históricos, como o Monge de Cister, o Bobo e Eurico, o Presbítero, Lendas e Narrativas e o livro de poesia A Harpa do Crente, etc. E um livro com enorme repercussão: História da Inquisição em Portugal, que lhe valeu uma polémica vigorosa com a Igreja. Publicou então três Opúsculos importantes: Eu e o Clero; Considerações Pacíficas; e Solemnia Verba. E ainda um estudo sobre o seu muito admirado Mouzinho da Silveira.

De 1853 a1854, percorreu os arquivos do Norte do País, a examinar documentos de interesse histórico, dispersos, para os compilar na Portugaliae Monumenta Historica. Exerceu então um trabalho de grande relevo para o estudo do nosso passado histórico, que mereceu a admiração do país culto.

Foi ainda uma espécie de tutor cultural do rei D. Pedro V, do qual esperava muito, mas que morreu muito jovem. Constituiu, essa morte, um grande desgosto para Alexandre Herculano. Teve, também um incidente na Academia das Ciências, com um funcionário acusado de desviar documentos. O que levou o Governo de então, hostil a Herculano, a nomear esse funcionário director da Torre do Tombo, impossibilitando assim as investigações de Herculano.

Por isso, desgostoso, retirou-se para a pequena Quinta de Vale de Lobos, com o seu enorme prestígio moral, literário e de historiador, no auge. Faleceu em Vale de Lobos e mais tarde foi trasladado para os Jerónimos, onde repousa, perto de Camões e agora de Fernando Pessoa. Todos, grandes glórias pátrias.

Na minha juventude, estudávamos muito a obra de Herculano. Cito, entre tantos outros, os livros de Joaquim Barradas de Carvalho: As Ideias Políticas e Sociais de Alexandre Herculano; e de António José Saraiva: Herculano, desconhecido. Para já não falar, entre outros, dos ensaios inesquecíveis de António Sérgio e de Vitorino Nemésio.

A Academia das Ciências - e o seu presidente, Adriano Moreira - está de parabéns por ter organizado um colóquio, que teve intervenções notáveis, sobre Alexandre Herculano e a sua obra, no ano do duplo centenário do seu nascimento. Não podia ser esquecido. A Pátria e a República devem celebrar os seus grandes homens.



Fonte: DN